A disputa pelas causas do aquecimento global

A teoria do efeito estufa é um assunto estritamente científico que trata do aquecimento adicional dos ambientes planetários que possuem alguma atmosfera ou simplesmente das estufas de vidro para a criação de plantas. Sobre este assunto não há qualquer controvérsia. A controvérsia, que se tornou mais política do que científica, advém das causas do aquecimento global acelerado (do último século e meio) que a maioria dos pesquisadores imputa às emissões de gases estufa na atmosfera devido a ações humanas. Um grupo menor de cientistas, embora concorde que está ocorrendo de fato o aquecimento global, afirma que as causas principais são de ordem natural, principalmente astronômica, isto é, o aumento da radiação solar por causas não completamente conhecidas.

A disputa a nível político e público tem sobretudo que ver com saber se algo pode e deve ser feito, e sobre que acções seriam efectivas em termos de custo/benefício, para tentar reduzir ou reverter o aquecimento futuro, ou para lidar com as suas esperadas consequências.

A opinião dos que acreditam nas causas antropogênicas

O IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas, estabelecido pelas Nações Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial em 1988) no seu relatório mais recente[67] diz que a maioria do aquecimento observado durante os últimos 50 anos se deve muito provavelmente a um aumento do efeito de estufa, havendo evidência forte de que a maioria do aquecimento seja devido a atividades humanas (incluindo, para além do aumento de gases de estufa, outras alterações como, por exemplo, as devidas a um maior uso de águas subterrâneas e de solo para a agricultura industrial e a um maior consumo energético e poluição).

O aquecimento global somente entrou na pauta política nos anos 1980, que culminou com a conferência internacional conhecida por Rio 92, realizada no Rio de Janeiro em 1992. Nesta conferência foi adotada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. "Ao estabelecer um processo permanente de revisão, discussão e troca de informações, a Convenção possibilita a adoção de compromissos adicionais em resposta a mudanças no conhecimento científico e disposições políticas. A primeira revisão da Convenção ocorreu em 1995, em Berlim. Nesta ocasião as partes concordaram que a decisão de que os países desenvolvidos voltariam aos níveis de emissão de CO2 de 1990 até o ano de 2000 era inadequada. Após várias rodadas de discussões foi realizada a reunião de Quioto, no Japão, com a presença de cerca de 10.000 delegados. A decisão de consenso foi adotar um Protocolo segundo o qual os países industrializados reduziriam suas emissões combinadas de gases de efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990 até o período entre 2008 e 2012. O Protocolo de Quioto, como ficou conhecido, foi ratificado por mais de 60% dos países emissores (ratificação da Rússia, responsável por 17% das emissões, em 2004), passando então a ter validade.

Os sinais evidentes do aquecimento global já podem ser sentidos em todas as regiões do mundo, com verões cada vez mais quentes e invernos cada vez mais curtos e menos frios. O efeito estufa ocasiona ainda o derretimento do gelo principalmente das geleiras continentais, o afinamento da espessura das placas e gelo no mar Ártico e mesmo o desaparecimento da camada do gelo que cobria este oceano mesmo no verão do hemisfério norte. As mudanças climáticas se expressam, também, pelo aumento dos desastres naturais tais como as grandes inundações, secas de longa duração, tufões em maior quantidade e intensidade, aparecendo, com mais freqüência, em regiões extra-tropicais, recrudescimento do fenômeno "El Niño" com suas más conseqüências para o clima e para a economia das regiões pesqueiras de todo o oceano pacifico.

As opiniões discordantes

Nos dias atuais, o debate da comunidade científica não é se a Terra está em processo de aquecimento ou não. Todos os cientistas, de um lado e do outro do muro, concordam que sim. O que se discute são as causas do aquecimento e as medidas preventivas para melhorar o futuro da humanidade.

A "opinião da moda", é que o aumento das emissões dos gases que provocam o efeito-estufa são os vilões da história, ao passo que os defensores do modelo heliogênico afirmam, entretanto que o aquecimento global estaria ocorrendo por causa natural, qual seja, o aumento da atividade magnética do sol.

A reação dos cientistas que discordam do modelo antropogênico do aquecimento global é baseada no seu direito de discordar a respeito de conclusões que carregam alto grau de incerteza, mas que são apresentadas como se fossem verdades incontestáveis pela mídia e pelos movimentos ambientalistas, fazendo com que a afirmação mais politicamente incorreta a ser feita é a conclusão de inúmeros estudos e análise de coleta de dados feita por diversos cientistas: a de que o aquecimento global não é um problema, ou se é, é um evento completamente natural na Terra, como os outros inúmeros processos de alteração de temperatura que já ocorreram durante a história do planeta. Muitos desses cientistas compõe ou compuseram o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), órgão da ONU destinado a estudar as mudanças climáticas no planeta. Vários deles, inclusive, discordaram veementemente das conclusões, mas acabaram tendo seus nomes incluídos nos relatórios finais do IPCC. Um exemplo é o Professor Paul Reiter, chefe do departamento de Entomologia Médica do Instituto Louis Pasteur, de Paris.

Casos de omissões e de má divulgação de dados - como o ocorrido no caso de Paul Reiter - foram denunciados pelo documentário The Great Global Warming Swindle (A Grande Farsa do Aquecimento Global), exibido pelo Channel 4 da televisão britânica.

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